SOME HONEST WORDS, AND GOODBYE 2012

O último post do ano!

Por esta altura toda a gente começa a fazer uma lista de coisas que gostava de fazer e ter para o ano que vem. Mas não sem antes fazer uma uma retrospetiva do ano em geral.

Eu gostava de falar de algumas coisas que acho importantes, aqui no blog, antes do ano acabar. Já lá vão uns anos desde que criamos o blog, isto numa altura em que os blogs de moda portugueses eram quase inexistentes e pouco ou nada se falava sobre isso. Passado estes anos todos, as coisas mudaram muito, mas eu acho que nem por isso para melhor. Agora existem milhares de blogs em Portugal e na maior parte continuo a sentir o mesmo vazio que sentia quando o criei.
Agora toda a gente tem um blog de moda mas isso significa pouco ou até nada. Não me sinto inspirada ou fascinada, por quase nada que tenho visto nos últimos anos na blogosfera portuguesa. A maior parte parece uma produção em série de meninas que compram peças atrás de peças de roupa, num consumismo desmesurado e pouco refletido, e que depois de uma data de poses provocadoras para a câmera são  adoradas pelos seus milhares de seguidores conseguidos à base do: ó esse vestido fica-te tão bem, és tão bonita! Sigo-te se me seguires!
Atenção que não estou a falar de toda a gente, até porque conheço pessoalmente muitos bloggers que tem muita dedicação e investem muito tanto tempo como de si mesmos. Mas em muitos casos é isto que acontece. Existe uma grande falta de genuinidade e inspiração naquilo que é criado e perdeu-se à muito a essência daquilo que era um bom blog, que nos fazia esperar ansiosamente por uma nova atualização, porque sabíamos que aquilo nos ia inspirar e abrir a nossa visão e perspetiva para coisas novas, que nunca tínhamos sequer sonhado que existia.

Eu não sou ingênua ao ponto de não perceber que muitos destes blogs "vendiam" peças caríssimas que eu nunca ia ter e que muitas das vezes nem era compradas pelas bloggers, eram ofertas das marcas com o propósito de publicitar os seus produtos, mas existia uma certa magia e beleza que era criada à volta de cada coisa. Tudo parecia especial. Era a essência das coisas que prevalecia e nos fazia sonhar enquanto que agora a prioridade é ter mais coisas, mais e mais e com isso vemos cada vez menos coisas com valor.
Por essa razão aplaudo pessoas como a Nádia do My Fashion Insider, que apesar de ter acesso a muita coisa faz iniciativas como o 1 month, only 15 pieces to wear.
Quando eu e a Carla estávamos a filmar para o documentário Barely Famous, ela contou-nos sobre como naquele mês ia desafiar-se a usar apenas usar 15 peças de roupa. Ela estava com alguma dificuldade em decidir o que ia vestir e eu perguntei-lhe porque é que ela não fazia batota, visto que era só para o blog e ela ficou muito seria a olhar para mim, como se eu tivesse dito algo descabido e fiquei a perceber como ela levava aquilo a sério, e acreditava mesmo no que estava a fazer e sobretudo na mensagem que queria passar.

Falta convicção e opinião sincera na blogosfera e na geração atual. Ninguém acredita em nada, nem  reflete sobre as consequências da nossa apatia. A única preocupação que temos é que peça comprar a seguir e se gosto mais de saias cintadas ou com rodas, se ponho brilhantes nas unhas ou faço desenhinhos.
Á uns meses atrás encontrei um texto muito interessante num blog português que costumava seguir, sobre como as coisas que comprávamos, a sua origem, porque eram tão baratas e como milhões de pessoas eram exploradas à custa de nós andarmos a comprar casacos, vestidos, sapatos, a preços da chuva em lojas a que todos vamos, como a zara, a h&m. Achei mesmo interessante e fez-me mesmo repensar os meus hábitos de consumo. Porém no dia a seguir  vejo nesse mesmo blog um post sobre as compras novas que essa blogger tinha feito nessas mesmas lojas que o artigo referia. Pareceu-me uma grande falta de consciência e reflexão, porque não basta reconhecer o que está mal. Á que agir de acordo com isso.

O nosso objetivo ao criar este blog, nunca foi incentivar o consumo, ou vender um estilo de vida que está ao alcance de toda a gente, se formos ao shopping comprar uns sapatos novos. Queríamos dar valor aquilo que  temos, celebrar cada peça e contar histórias maravilhosas com as coisas mais simples.
Não somos exatamente a tipica fashionista, e temos uma noção clara disso.
Compramos coisas com um orçamento muito apertado e não temos o estilo que se adequa a esta subcultura mas não foi por isso que alguma vez desistimos, porque aquilo que nos apaixona é criar pequenos momentos que de certa forma nos torna especiais. Eu acredito que a roupa é aquilo que vestimos quando estamos prestes a experienciar algo mágico, escolho de que história quero fazer parte nesse dia: que personalidade quero ter, uma história de amor? um espião dos anos 50?

O que eu mais desejo para 2013 é que as pessoas se lembrem de viver mais, e comprar menos. O que nos define não é a marca da nossa roupa, nem o seu aspeto, mas a forma como a usamos e a nossa atitude relativamente á vida.


Feliz ano novo da Carina e da Carla





Translation:
I'm sorry, I won't be translating this GIANT text, ahah.
But I'm wishing everyone a Happy New Year!!